Lá para Setembro é uma boa altura para ir conhecer Porto Santo.
Por agora é a enchente madeirense. Até finais de Agosto.
Mas, piores do que as multidões, são os automóveis que invadem aquela ilha da Região Autónoma da Madeira quando o Verão chega.
Apaixonado desde há bastantes anos por Porto Santo, frequentador das delícias da
Praia Dourada, fui-me desiludindo com o avanço do cimento armado – que quase nenhum valor acrescentado trouxe à ilha, para além das taxas imobiliárias que a invasão de vivendas e casas de férias significou.
O que deveria ter sido um destino de lazer privilegiado, paradisíaco e lucrativo, é um imenso vazio na época baixa e um formigueiro impossível em Julho e Agosto. Quase
colónia de férias da ilha vizinha, invadida pelos milhares de automóveis que o
Lobo Marinho despeja em vagas sucessivas naqueles meses. São os tempos do
frenesim da animação que afastam qualquer outro tipo de cliente mais exigente e com maior capacidade financeira.
Os resultados estão bem à vista… e foram sacrificando alguns dos santuários gastronómicos. Eu bem procurei pelo
Estrela do Norte - porto seguro anos a fio… fechou portas! Como o
Retiro dos Caçadores e mais um outro que era também local de peregrinação obrigatória.
Fica um conselho a quem quer ir conhecer Porto Santo: esperem por Setembro, quando estancam os ventos e a invasão dos automóveis.
- E quedo-me a reflectir sobre a atrocidade das posturas populistas e eleiçoeiras em áreas que deveriam ser de rigor e cuidado de planeamento e de busca sustentada de crescimento e desenvolvimento.
Quer em termos de vivência dos locais quer enquanto estratégia turística.
- E, lá para Setembro, parta então à descoberta das maravilhas do Porto Santo!
Algumas pode espreitar aqui. Clique para ampliar!
Primeiro quiseram um ferry que transportasse automóveis entre a Madeira e o Porto Santo. E o
Lobo Marinho passou a despejar uns 150, viagem após viagem, em Julho e Agosto. Nem cuidaram de saber o Porto Santo tinha estrada que chegasse e espaço para albergar tanta carripana.
Depois vieram com a história de uma taxa sobre os automóveis que entram na ilha no período de Verão. O presidente da Câmara local defendeu-a como
medida de proteção ambiental numa pequena insula em que o número de pessoas e carros quintuplica nos meses de Verão.
Vá-se lá entender esta gente...!
Claro que o Porto Santo precisava de um barco que assegurasse as ligações com a Madeira. Como precisa do turismo para fixar população e combater a desertificação. Não necessitava é que... ele tivesse aquela capacidade de despejar automóveis na ilha e transformar o Verão num inferno.
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